O encontro do grupo político de Marina foi marcado por discursos duros contra a atual direção do PV e por uma cena inusitada: em meio aos discursos, Fábio Feldmann perdeu o equilíbrio e caiu na piscina da casa onde o evento foi realizado. Ele deixou o local e pouco depois retornou com roupa trocada. "Foi o batismo da democracia", disse Marina.
A reunião no bairro da Vila Madalena foi o primeiro movimento público da ala descontente com os rumos do partido. Na semana passada, a direção nacional do PV aprovou proposição que adia a convenção da legenda até 2012. Contra a decisão, os aliados da ex-senadora formaram o grupo "Transição Democrática", que pede mudanças internas na sigla.
Com a bandeira de quase 20 milhões de votos, Marina reuniu perto de cem lideranças do PV em São Paulo, incluindo oito dos 14 deputados federais, presidentes de diretórios estaduais e candidatos a governador derrotados nas eleições do ano passado.
No movimento autodenominado 'Transição Democrática', todos os discursos apelaram por democracia na legenda, presidida há 12 anos pelo deputado José Luiz Penna (SP), ausente da reunião.
"Que tal fazermos a reforma política, começando pelo nosso próprio partido", discursou Marina, ao dizer que trata-se de "um processo generoso e sem donos", enquanto esclarecia que não quer cargos na direção.
Em artigo divulgado em seu portal também na quinta, a ex-senadora se voltou contra o comando da legenda.
"Não creio que o aprofundamento da democracia possa ser feito através da supressão, mesmo que temporária, da pouca democracia ainda existente."
No texto, ela afirma seu desejo "de ficar neste Partido Verde contribuindo para o seu crescimento e qualidade política", apesar das especulações de que todo o grupo trabalha com a ideia de fundar uma nova legenda.
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