O plano para universalizar a internet de banda larga (1 mega) no país terá valor de R$ 35,00 por mês e deverá incluir sete cidades paraibanas. O acordo foi fechado nesta quinta-feira (30), entre o Ministério de Comunicações e as quatro concessionárias de telefonia fixa (Oi, Telefônica, Sercomtel e CTBC). A previsão é de em até 90 dias (três meses), as concessionárias de telefonia irão disponibilizar para os consumidores os novos planos de internet com velocidade rápida nesse valor. O termo do acordo assinado ontem será publicado numa edição extra do Diário Oficial da União.
O Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), lançado no ano passado, incluía sete municípios paraibanos entre 100 do país para iniciar a universalização de banda larga com preço diferenciado. No Estado, as primeiras cidades atendidas serão Campina Grande, Campo de Santana, Araruna, Riachão, Dona Inês, Bananeiras e Duas Estradas.
De acordo com o mapa do PNBL, a maior parte das 100 cidades escolhidas para a 1ª fase fica nas regiões Nordeste (58) seguida do Sudeste (30). Contudo, os valores e a velocidade eram menores. O custo da tarifa era de R$ 15,00 para o plano com incentivos com velocidade de até 512 kbps (quilobits por segundo) e com limitação de down-loads e de R$ 35,00 para o plano comum, com velocidade entre 512 e 784 kbps.
Na avaliação do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, “o acordo com as empresas é um grande negócio, pois o preço é a metade da média adotada no país. Achamos que isso vai ser muito atraente, claro que se fosse mais barato seria melhor, mas não conseguiríamos fazer isso sem subsídio e não optamos por isso neste momento. Este plano não terá recursos públicos”, revelou Bernardo, que ainda não fechou o cronograma de oferta do serviço, mas a estimativa é que o serviço deve estar disponível em todo o país e em cerca de 70% dos domicílios até 2014. A velocidade também deve aumentar para até 5 megas (Mbps).
Sinal Duvidoso
Para o professor de telecomunicações e diretor do Centro do IFPB em João Pessoa, Joabson Nogueira, “o valor definido para 1 mega com o objetivo de universalização ficou ainda caro. Sabemos que as empresas que participarão do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) terão de investir em estrutura para implantar os serviços, buscar crédito que ainda é caro e a nossa carga de tributos que incide sobre o setor é alta. Mesmo assim, o valor no acordo deveria ser bem menor para facilitar o acesso às famílias de baixa renda”, comentou.
Segundo Nogueira, o argumento de preço menor ganha força “porque a nossa banda larga, na prática, não é tão larga assim como se imagina, pois não garante a totalidade do sinal. Para se ter uma ideia, a taxa de transmissão recebida como sinal de velocidade nos computadores é de apenas 10% do total comprada. Numa velocidade de 1 mega, por exemplo, o sinal efetivo de recebimento é de apenas 100 kbps (quilobits por segundo), ou sejam 10%”, revelou Nogueira, acrescentando que essa diferença chamada tecnicamente de “transmissão assimétrica” está dentro das normas do setor.
Créditos: Paraíba1