A educadora era a secretária de Estado de Assistência Social no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Costumava afirmar que, sob o ponto de vista de desenvolvimento humano, não se resolveria a questão da desigualdade social somente com acesso à renda. Teria de haver, simultaneamente, acesso à educação e à saúde.

Sabia do que estava falando. Em outubro do mesmo ano, naquela fase de transição FHC-Lula, Wanda afirmaria a Ranier Bragon da Agência Folha, em BH: “O nosso problema não é inexistência de comida, mas a inexistência de recursos financeiros para a aquisição de comida.”
E demonstrava-se satisfeita pelos petistas levarem adiante a agenda de superação da pobreza. Até porque acreditava que as pessoas começavam a perceber que superar a pobreza não era mais só uma questão ética, era uma questão estratégica.
Entretanto, discordava dos cupons de alimentação propostos no início do primeiro governo Lula. Ela os via como um retrocesso; sempre defendera a entrega do dinheiro diretamente ao beneficiado por meio de cartões bancários. Por questões práticas e para acabar com preconceitos.
Afinal, Wanda investira na “mulher gerente”, tornando-a titular do cartão para o recebimento do benefício. E, depois, ela própria exerceria a chefia da Divisão de Desenvolvimento Social do Banco Interamericano de Desenvolvimento, na sede, em Washington. Que mais? Atua, desde 2006, como superintendente-executiva do Instituto Unibanco.
Agora, foi convidada pela secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, para fazer parte do Conselho Internacional de Liderança Feminina em Negócios (International Council on Women’s Business Leadership). O fato não surpreende? Concordo.
Ah... Sim. Wanda Engel nasceu numa família pobre carioca, no Méier, Zona Norte do Rio de Janeiro.
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